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segunda-feira, 9 de junho de 2008

All I Need - Radiohead

radiohead
O clipe da música All I Need da banda Radiohead tem um grande mérito: Ele incita a reflexão, algo muito raro na música mainstream.

A reflexão que propõem o clipe é a reflexão sobre a desigualdade social. Nele vemos de forma contundente a desigualdade de estilos de vida de duas crianças. Enquanto uma acorda em sua confortável cama, toma seu café com cereais, pães e leite, calça seu tênis e vai para a escola estudar uma outra criança, que pode ser de outro país ou mesmo de uma cidade vizinha, acorda num colchão nada confortável, divido com várias outras pessoas.

Essa criança nem mesmo toma café e já começa a trabalhar, num regime quase de escravidão. Suas roupas são gastas e sujas e seu ambiente de trabalha e sinistro. Enquanto a outra criança faz os afazeres supostamente de direito de todas as crianças, a criança pobre só trabalha o dia inteiro. A grande sacação no clipe vem no final. O produto final do trabalho semi-escravo da criança pobre é o tênis que a criança feliz usa para ir à escola, enquanto aquela que o produziu não tem nenhuma das oportunidades que a criança que o usa tem.

all i need radiohead

Um clipe muito bom para se passar na programação regular da MTV. Entre um artista pop e uma banda de rock da vida, nos seus mundos de fama, dinheiro e sensualidade, um pouco da realidade dura de pessoas anônimas que trabalham para produzir muitos dos bens de consumo que são utilizados tantos pelos protagonistas do show da música pop-rock, veiculada na MTV, como por aqueles que os assistem.

O videoclipe de All I Need foi uma colaboração entre a banda Radiohead e o programa MTV EXIT (End Exploitation and Trafficking – Fim da exploração e tráfico, numa tradução livre) da matriz Européia da MTV, que visa usar o poder de influência da emissora para a extinção do tráfico de pessoas e para ensinar aos jovens telespectadores como as diferenças sociais afetam suas vidas.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Pitty: Hipocrisia ou Inteligência?


pitty big brother
"Mas a vida pessoal não vem junto com o trabalho?
Sim, mas existe um limite para expor isso. Senão você se torna um fantoche. Tem gente que acha bacana ter a vida acompanhada por todo mundo como uma novela. Eu não acho, acho invasivo e lamentável. E geralmente os exemplos de gente que faz isso, é porque não produz nada artístico relevante."

Pitty, em entrevista ao portal Terra, em 20/03/2008

"Pitty anuncia: ‘Vai ter rock no BBB’
“Me sinto muito honrada. É maravilhoso ser escolhida entre tantas bandas e ter a oportunidade de mostrar nosso show para pessoas que nunca nos viram tocar”, comemora Pitty, logo entregando: "Faremos um show tão empolgante como todos os da nossa turnê. Vai ter rock no BBB", sublinha".

Pitty, em declarações dadas ao site do Big Brother Brasil, em 25/03/2008

Eu, que não sou fã da música da Pitty, fiquei feliz em ler a boa entrevista que o portal do terra (coisa rara nesse portal, diga-se de passagem) fez com ela, porque ela demonstrava ser uma pessoa de personalidade, com idéias interessantes sobre o mundo da música e da mídia. Pois bem, eis que fiquei sabendo que ela cantou ao vivo no último episódio do BBB e fiquei pensando... Como ela não quer fazer parte da hipocrisia da mídia, como não quer virar um fantoche, como acha lamentável as pessoas que expoem suas vidas para a mídia, sem produzir nada artísticamente relevante, e vai fazer um show no BBB, justamente expoente máximo de pessoas que são fantoches, hipócritas, que expoem suas vidas e não produzem nada de relevante? Complicado né?

Aí pensei... "bem, ela pode estar usando as brechas que a mídia da, e assim divulgar o seu trabalho". Afinal, se ela acredita que o trabalho dela é artisticamente relevante então a exposição no Big Brother, para milhares (quiçá milhões) de pessoas é válido para divulgação de algo com qualidade. Não é nada mal pra grande audiência do BBB ouvir uma música como "admirável chip novo" (embora acredito eu que 99,9% não vão prestar a menor atenção na letra, vão ficar sim olhando pras roupas e tatuagens de Pitty e sua banda, falando como aquel "heavy metal" é ruim ou legalzinho apesar de ser "música de maluco").

Mas pra falar a verdade ainda não sei o que pensar dessa atitude dela, até porque não vi o programa.

Mas que é estranho, a isso é.

ps1: Só pra lembrar, eu já fiz um post sobre o clipe de admirável chip novo.

ps2: Eu odeio o Bial!

ps3: Ainda tá muito caro (ha, só quem joga videogame entendeu essa piada!)


quinta-feira, 6 de março de 2008

Trabalho sobre linguagem de Videoclipe - Parte 4

gorillaz
1.3.3 – Clint Eastwood
Não poderia deixar de falar de um dos expoentes no uso da animação nos videoclipes, a banda Gorillaz. A banda é liderada por Damon Albarn, que a coordena e trabalha a parte musical e por Jamie Hewllet, que desenha os personagens e trabalha com as partes de imagens, design e vídeo.
O diferencial da banda é que seus integrantes não aparecem nos videoclipes e nem mesmo nos shows da banda. Em vez disso aparecem seus respectivos personagens animados: Murdoc no baixo, 2D nos vocais e teclado, Noodle na guitarra e Russel na bateria. Os videoclipes da banda sempre mostram os personagens em algum tipo de narrativa com começo, meio e fim, e nos shows colocam grandes telões no palco onde aparecem os personagens tocando, enquanto alguns rappers “reais” cantam ao vivo junto com os personagens. A coisa toda é tão bem feita que o vocalista Damon Albarn interage com a platéia através de seu alter ego 2D.
A narrativa do clipe, assim como a letra da música, são um tanto estranhas. Primeiro aparece a “banda” tocando sob um fundo branco, até que aparece do nada um espírito com cacoete hip hop. Numa certa hora esse espírito “convoca” um cemitério. Das tumbas desse cemitério saem uns gorilas mortos vivos que perseguem a banda, até que a integrante Noodle acerta um chute em um deles e eles começam a se desfazer ao vento. A letra da música tem versos não muito claros:

Eu estou feliz, estou me sentindo contente
Eu tenho sol, numa sacola
Eu sou inútil, mas não por muito tempo
O futuro está chegando
Eu estou feliz, estou me sentindo contente
Eu tenho sol, numa sacola

A essência, o básico
Sem ela você consegue
Deixe-me fazer isso
Criança, como na natureza
Ritmo
Você tem ou não tem. Isso é uma fraude
Estou nelas
Cada árvore florida
Toda e cada criança
Cada nuvem e mar
Eu vejo em seus olhos
Eu vejo destruição e falecimento
Corrupção disfarçada
Desta iniciativa maldita
Agora estou engolindo suas mentiras

Não consegui encontrar nenhuma ligação, nem no videoclipe e nem na letra, com o ator Clint Eastwood. O Gorillaz ainda tem uma música chamada Dirty Harry , que coincidência ou não, é o nome de um filme em que o ator atuou. Sem o uso da animação a banda Gorillaz provavelmente não existiria, ou seria totalmente diferente do modo que a conhecemos. A banda não faz só música, ela é uma mistura forte de imagem e som.


***

Bibliografia

Dias, Moema da Costa. A linguagem do videoclipe – Música, imagem e interpretação. Niterói. 2001. Projeto de conclusão de graduação em Publicidade e propaganda, apresentado em 2001.

http://www.gorillaz-unofficial.com/news/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dirty_Harry

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gorillaz

http://pt.wikipedia.org/wiki/White_stripes

http://pt.wikipedia.org/wiki/Californication

http://www.youtube.com/watch?v=JzebYFxuB-A

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Trabalho sobre linguagem de Videoclipe - Parte 3

fell in love with a girl white stripes

1.3.2 – Fell in love with a girl

Fell in love with a girl
Fell in love once and almost completely
She's in love with the world
But sometimes these feelings
Can be so misleading
She turns and says "are you alright?"
I said "i must be fine cause my heart's still beating"
She says "come and kiss me by the riverside, bobby says it's fine he don't consider it cheating"

Red hair with a curl
Mellow roll for the flavor
And the eyes for peeping
Can't keep away from the girl
These two sides of my brain
Need to have a meeting
Can't think of anything to do
My left brain knows that
All love is fleeting
She's just looking for something new
And i said it once before
But it bears repeating now

Can't think of anything to do
My left brain knows that
All love is fleeting
She's just looking for something new
And i said it once before
But it bears repeating

Provavelmente este é o videoclipe mais famoso da dupla White Stripes, o clipe das “pecinhas de lego”. As cenas em si não são tão diferentes da maioria dos videoclipes: Os dois integrantes aparecem tocando seus instrumentos e cantando, close da dupla, andam por alguns lugares, nadam numa piscina, sobem escadas, andando de bicicleta. Algumas vezes aparecem umas imagens de carros, placas e outras coisas que não consegui identificar.

O grande diferencial e atrativo desse videoclipe é o fato de que em vez de simplesmente filmar todas essas imagens e edita-las, usou-se os bloquinhos de montar chamados de LEGO, que provavelmente fizeram parte da infância dos irmãos Jack White e Meg White.

fell in love with a girl

E o uso do LEGO que da esse diferencial as imagens que se fossem filmadas da forma convencional, provavelmente fariam esse videoclipe ser apenas mais um entre tantos. Para se fazer o clipe, em algumas cenas foi filmado alguém montando as peças do LEGO uma por uma e depois editada usando o efeito de aceleração, para conferir um efeito de movimento as peças; em outras cenas se filmou algumas montagens com LEGO que depois foram animadas com computadores; e por fim algumas partes em que aparecem os irmãos Jack e Meg foram filmadas com os próprios atores fazendo as cenas, e depois utilizou-se uma “textura” de LEGO por cima das imagens filmadas, parecendo que eles tinham construído modelos animados com as peças.

A letra fala de uma pessoa (provavelmente um homem) que se apaixonou por uma garota que tem namorado, e que mesmo assim “dá mole” pra ele. A letra vai mostrando a confusão de sentimentos que a pessoa vai vivendo e o dilema entre dar voz à razão ou a emoção, já que a garota talvez não queira nada com ele a não ser uma aventura amorosa.



Leiam também: Trabalho sobre linguagem de videoclipes parte 2
Trabalho sobre linguagem de videoclipes parte 1

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Trabalho sobre linguagem de Videoclipe - Parte 2


1.2 – As possibilidades de uso da animação
O uso de animação abre possibilidades que não são possíveis com atores de verdade. Além dessas possibilidades há também algumas vantagens em relação a atores. Vou listas algumas abaixo:
- Não há necessidade de se contratar atores e figurantes e nem de pagá-los e de lidar com atrasos, horários e exigências dos mesmos; Todos os atores serão virtuais e não darão trabalho ao diretor;
- Não há necessidade de viajar para determinado lugar para se gravar o clipe, nem alugar sets e equipamentos de filmagem e nem ficar refém do clima para se gravar uma tomada. Todos os cenários serão construídos por computador;
- Fica muito mais fácil conseguir a iluminação desejada através do computador, que permite retocar as cenas a qualquer instante ou mesmo mudar toda a iluminação;
- Abre-se a possibilidade de criar cenas impossíveis com atores reais ou que gastariam muito dinheiro e tempo com efeitos especiais para serem realizadas;
- Uso de animais e seres imaginários com mais facilidade, bastando apenas desenhá-los e anima-los no computador;
- No caso de animais abre-se a possibilidade de humanizá-los, de forma que eles façam tudo aquilo que o diretor quer, ficando livre das limitações do uso de animais reais;
1.3 – Análise de videoclipes
Nessa unidade vou analisar os videoclipes “Túnel do Tempo”, do cantor Roberto Frejat, “Fell in love with a girl” da dupla White Stripes e “Clint Eastwood” da banda Gorillaz. Quero analisar quais as possibilidades exploradas com o uso da animação nesses clipes
1.3.1 – Túnel do Tempo.
Nosso encontro aconteceu como eu imaginava
Você não me reconheceu, mas fingiu que não era nada
Eu sei que alguma coisa minha, em você ficou guardada
Como num filme mudo antes da invenção das palavras
Afinei os meus ouvidos pra escutar suas chamadas
Sinais do corpo eu sei ler nas nossas conversas demoradas
Mas há dias em que nada faz sentido
E o sinais que me ligam ao mundo se desligam
Eu sei que uma rede invisível irá me salvar
O impossível me espera do lado de lá
Eu salto pro alto eu vou em frente
De volta pro presente
Sozinho no escuro nesse túnel do tempo
Sigo o sinal que me liga à corrente dos sentimentos
Onde se encontra a chave que me devolverá
O sentido das palavras ou uma imagem familiar
Mas há dias em que nada faz sentido
E os sinais que me ligam ao mundo se desligam
Eu sei que uma rede invisível irá me salvar
O impossível me espera do lado de lá
Eu salto pro alto eu vou em frente
De volta pro presente...
Roberto Frejat – Túnel do Tempo
frejat
A primeira impressão que se tem ao ler a letra é de que ela fala dos sentimentos de uma pessoa por outra. Por se tratar de Frejat, um cantor que geralmente aborda em suas letras, principalmente nas de sua carreira solo, o universo romântico, a primeira coisa que vem á cabeça é que a música fala sobre esse o amor entre um homem e uma mulher e que o videoclipe, por tabela, também.
No entanto a letra não deixa isso bem claro, abrindo brechas para interpretarmos que pode ser o amor entre pai e filho, amigos, entre um casal, etc. O clipe da música se aproveita dessa variedade interpretativa que a letra permite. Em vez de mostrar um casal apaixonado ou separado, um filho e sua mãe, amigos, etc, ele opta por mostrar os sentimentos de um homem que perdeu seu cachorrinho de estimação e também os sentimentos do cachorro perdido. Segundo Dias (2001): “A imagem não é visível, torna-se visível. As pessoas têm diferentes referências, que foram adquiridas ao longo de suas vida, através da tradição, dos costumes. O que é visto por uns nem sempre é visto por todos”.
Demonstrar os sentimentos do homem em relação ao cachorro seria fácil, mas mostrar os sentimentos do animal por estar perdido seria difícil com um cachorro de verdade. Com o uso da animação é possível humanizar os gestos e ações do cachorro, fazendo ele ficar mais parecido com uma pessoa. O jeito como o cachorro é construído graficamente permite que ele expresse facilmente seus sentimentos através do rosto.
Logo no começo do clipe aparece o dono procurando seu cachorro em um canil. Um outro cachorro que esta no canil esconde o cachorrinho perdido atrás de si, na esperança de se adotado no lugar dele. Essa cena com animais de verdade seria impossível, pois animais de verdade não fariam isso, e mesmo que fizessem, não seria da forma que foi feita no clipe, como cachorro grande escondendo o cachorro perdido atrás do seu corpo, numa cena digna de desenhos animados.
O cachorrinho perdido acorda ao ouvir a música tocada ao violão pelo seu dono, que entram “voando” na cela do canil aonde está preso. O cachorrinho que esta perdido tenta fugir do canil descendo por uma corda até o chão. O cachorro “malvado”, talvez por ciúme, corta a corda com uma tesoura. Desnecessário dizer que animais de verdade não fariam isso.
A queda do cachorro é amparada pelas cordas de um grande violão, enquanto a letra da música diz “eu sei que uma rede invisível irá me salvar/o impossível me espera do lado de lá/eu salto pro alto e vou em frente/de volta pra presente”. O impossível seria um violão gigante salvar o cachorro da queda. Logo após o cachorro se lembra das coisas boas que ele passou com seu dono e como ele se perdeu dele. A letra da música vai dizendo “Sozinho no escuro nesse mundo do tempo/sigo o sinal que me liga a corrente dos sentimentos/onde se encontra a chave que me devolverá/o sentido das palavras ou uma imagem familiar/mas há dias em que nada faz sentido/e os sinais que me ligam ao mundo se desligam”. Logo após o cachorrinho acorda e vê que conseguiu fugir do canil, “o impossível me espera do lado de lá”, como diz a letra.
Poderia continuar analisando esse videoclipe até o final mas até aqui já esta bom. A questão é, se não fosse utilizada a animação, o videoclipe teria o mesmo roteiro? Seria usada a relação de afeto entre um homem e seu animal de estimação para ilustrar a relação afetiva que a letra da música aborda? Eu acredito que não, pois seria muito mais complicado utilizar o mesmo roteiro sem o uso da animação.



Lia também: Trabalho de linguagem de Videoclipes parte 1

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Trabalho sobre linguagem de videoclipes - Parte 1


A partir de hoje estarei postando meu trabalho final da disciplina de Linguagem de Videoclipe, ministrada pela Professora Ariane Diniz Holzbach, em 2007, na UFF.

1 – Os videoclipes de animação

1.1 – A influência de outras mídias na linguagem de videoclipe – Cinema e videogames

Usar animação em um videoclipe é uma alternativa ao uso de atores ou de ambientes reais na composição de um vídeo. Com a evolução das tecnologias de animação, que ocorreram em boa parte graças aos videogames e aos filmes infantis, a animação virou uma opção muito interessante para os “fazedores” de videoclipes.

No cinema os filmes infantis da Disney sempre eram desenhados, em 2-D. O primeiro longa da Disney em animação foi Toy Story, de 1995. Alguns anos depois foi seguido por outros filmes em animação como Toy Story 2 (1999), Shrek (2001), Monstros S.A (2001), até que este formato de filme, pelo menos os direcionados para crianças, tornou-se hegemônico, deixando os filmes animados em 2-D para trás.

Depois da animação ganhar tanto destaque no cinema, os videoclipes animados também ganharam mais espaço. Além das possibilidades criativas que a animação permite, acredito que nesse final da década de 90 e início dos anos 2000, acredito que usar animação deu um certo status para quem a utilizou, deu a impressão de estar acompanhando as evoluções tecnológicas e de “estar antenado” com o público jovem em particular, por causa dos filmes e dos videogames, que também usufruem dessa tecnologia.

Por exemplo, o videoclipe de “Californication”, dos Red Hot Chili Peppers, de 2000. Os efeitos gráficos da animação com qual foi feito o videoclipe da música Californication são muito similares aos gráficos dos videogames da época. Era época dos consoles Playstation, Nintendo 64 e Sega Saturno, além também dos jogos para PC. Assim como nos cinemas, essa geração de consoles rompia com os gráficos 2-D da geração de consoles passada (o Super Nintendo e o Mega Drive).

Esse videoclipe faz referências explícitas aos videogames. Além dos gráficos serem muito parecidos com os gráficos dos jogos[1] há ainda outros elementos presentes no vídeo que são características marcantes dos videogames. Por exemplo, logo no começo do vídeo aparece uma barra com os dizeres now loading.
californication loadingEstes são dizeres típicos de videogames mais recentes que usam como mídias cd´s e Dvd´s em vez dos antigos cartuchos. Quando cd´s e dvd´s são utilizados para videogames é necessário que o aparelho leia as informações contida nas mídias antes de se começar a jogar, por isso aparece escrito now loading, que numa tradução livre seria “carregando”, ou seja, o aparelho (o console) esta carregando as informações do CD/DVD para que o jogador possa começar a jogar.

Logo após aparece uma tela escrito player select, com os personagens que representam os membros da banda. É como se a pessoa que esta assintindo o clipe estivesse diante de um videogame e tivesse que escolher com qual personagem quer jogar. Logo após escolhido o personagem, o “jogo” começa. Os personagens dos integrantes da banda, cada um a sua vez, vão percorrendo uma cidade superando desafios, assim como num videogame. As imagens em animação vão sendo revezadas com a imagem da banda (de carne-e-osso) tocando num fundo Chroma Key[2], como se estivessem tocando enquanto voam pelo céu. Há também a pontuação do “jogador” e a barra de vida do personagem. Pra finalizar, no final do clipe aparece a mensagem game over, presente em praticamente 99% dos videogames. Essa mensagem aparece quando se termina o jogo ou quando se perde uma partida ou todas as suas vidas no jogo.

A letra da música em nenhum momento faz alusão a videogames. Ela em alguns momentos faz críticas a alguns costumes da contemporaneidade, como o obsessão por cirurgias plásticas ( Pay your surgeon very well to break the spell of aging/celebrity skin is this your chin or is that what war your waging), a idolatria em torno das estrelas hollywodianas ( Little girls form sweden dream of silver screen quotations), e a regimes políticos, como da a entender, o regime chinês (nos trechos psychic spies from china try to steal your mind´s elation e Born and raised by those who praise control of population). A letra ainda tem trechos que não fazem muito sentido como first Born unicorn/hardcore[3] soft porn (unicórnio primogênito, pornografia pesada, pornô leve).



[1] Os gráficos que mais se parecem são os gráficos dos vídeos contidos nos jogos.red hot chili peppers musical video videoclipe californication Por exemplo, quando se termina um jogo dessa geração de consoles (32 e 64 bits), geralmente ocorre uma apresentação final que é o desfecho do game, um vídeo em formato CG -Computer Graphics. Os jogos de consoles mais avançados (de 128 bits em diante) já tem os gráficos das partes jogáveis mais parecidos ou até melhores do que os do videoclipe de Californication.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Computa%C3%A7%C3%A3o_gr%C3%A1fica Português

http://en.wikipedia.org/wiki/Computer_graphics Inglês

[2] É uma técnica de processamento de imagens cujo objetivo é eliminar o fundo de uma imagem para isolar os personagens ou objetos de interesse que posteriormente são combinados com uma outra imagem de fundo.

O efeito ou técnica Chroma Key é utilizado em vídeos em que se deseja substituir o fundo por algum outro vídeo ou foto

[3] Talvez aqui a banda tenha feito um trocadilho, já que a palavra hardcore pode se referir tanto à pornografia pesada como a um estilo musical que derivou do punk rock